terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Tão humano, tão humano



Tão humano quanto
Uma micose de dedão de pé
É um chamado das ruas
É um chamado do caminho
Ainda medonho, ainda incerto
Da certeza rica que me faz
Pobre, paupérrima para as gravatas
Que teimam em ter suas pontas
Balançadas pelo vento da pressa.

Macérrima é a aparência
Do meu corpo que procura bordas
Já que a alma se espalha espessa
No espelho de uma arte
A brilhar imensa.

Me interessa o arrebatamento
Das paredes do meu cortiço
Que aplaudem orgulhosas
Os versos densos, brotos,
Rotos de remendos em sins.

É que a velha luneta
Mira em mim, só em mim,
E numa arte que talvez me baste.

Tão humano, tão humano.

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