Eu acho que eu posso comigo mesma.
Esqueço boas idéias.
Isso seria inenarrável, mas estou sem assunto.
Poderia falar da minha unha, que vem quebrando continuamente...
Certamente, você me diria que é falta de vitamina A. E eu falaria que os motoristas de ônibus dirigem perigosamente. Você me contaria que viu uma moça carregando o Código Penal, que não conseguiu se segurar numa curva e foi ao chão. E eu notando que você é observador e notou que era o Código Penal falaria que ela estava carregando o livro certo para enquadrar o motorista. Você riria de mim e eu notaria um certo brilho no olhar e que você levanta um pouco mais o canto esquerdo do lábio quando ri. Encantada, eu colocaria o indicador direito na boca, o da unha quebrada, para me certificar mais uma vez de que ela está quebrada. Um silêncio se estabeleceria entre nós, porque sou uma mulher escrevendo isso e sinceramente não sei o que se passa na cabeça de um homem numa situação dessas. Mas, Eros vem aqui e me sopra no ouvido uma gracinha e de repente você me diz que ainda bem que não tem ninguém segurando o Código Civil e eu com uma carinha de desavisada pergunto o porquê e você responde sorrindo que quer muito tomar um chope descompromissado comigo. Eu dou uma gargalhada aberta e você já sabe que pode pedir para o garçom dois na pressão.