Tão humano quanto
Uma micose de dedão de pé
É um chamado das ruas
É um chamado do caminho
Ainda medonho, ainda incerto
Da certeza rica que me faz
Pobre, paupérrima para as gravatas
Que teimam em ter suas pontas
Balançadas pelo vento da pressa.
Macérrima é a aparência
Do meu corpo que procura bordas
Já que a alma se espalha espessa
No espelho de uma arte
A brilhar imensa.
Me interessa o arrebatamento
Das paredes do meu cortiço
Que aplaudem orgulhosas
Os versos densos, brotos,
Rotos de remendos em sins.
É que a velha luneta
Mira em mim, só em mim,
E numa arte que talvez me baste.
Tão humano, tão humano.