É a partir daqui que divirjo. É
a marca que fiz com o cuspe para que ninguém pise. E me laureio com o direito
de não expressar o motivo de tamanha estranheza. Não tangencio mais. Muito
menos penetro.
Rasgo em duas a pétala da
orquídea com que me tocava em teu nome. Enxergo que é assim que ela deve ser:
pé e tala para curar quem já não pode caminhar. Divergentes em seus anima e
animus, já não encontram semelhança, parentesco, igualdade. Já não encontram
terra porque não buscam cosmos.
Seguir caminho pautado em
linhas escritas displicentemente, sem pressa, sem peso, sabendo do ritmo do
tempo lento, do mover do pé na tala, prudente e generosa consigo, numa arte
exposta no pilar dos que não suportam a vida. E a inventam na fabulação dos
dias transcorridos numa abóbada interna, fornecendo de dentro para fruírem de
fora.
Ser ainda vento a alimentar
brasa que findará cinza. Não há força que impeça o vento de ventar. De agir. De
gerar energia e girar moinho. Produzir prática enquanto a paz chega aos poucos
numa medida homeopática, conta-gotas de beija-flores de um polinizar sozinho.
Vivenciar o devir-estrada, no
ponto exato de abandonar tala e seguir pé, convergindo mundo e margeando
ilusões, no afã de aproveitar o trajeto, significando o destino.
Divergente, sim. Congruente em
seu sentido maior, contudo.