quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Reflexão.

Anistie meus erros.
Eu lançarei ao mar
Os maços de tristeza
Que trouxestes com o golpe
Que me derrubou

Bloqueie minha inércia.
Teus atos estão
Depositados
Naquele paraíso
De mentiras

Talvez em Maricá
Possamos ser felizes
Durante o superfaturamento
De uma alegria fraudada

Diante da licitação
Do meu coração
Minha tornozeleira
Ainda grita

E me faltam forças para ouvir
O barulho das varandas e
A revoada de tucanos
A devastar aquele pau-Brasil.

(calma. eu mesma arbitro meus conflitos.)


sábado, 19 de novembro de 2016

Quero.



Não. Não quero apenas sinais.
Quero o encontro
da água do rio nas pedras.
Quero a calma do rio
que se entrega ao lago,
que refresca o corpo e altera a alma.

Quero coisas bem feitas
que respeitem lugares sagrados,
como sagrado é o meu eu,
lugar do real, berço de luz,
balanço de correnteza.

O que eu quero é
a saúde do encontro,
a solidariedade ao outro,
já que o outro não me coloniza,
mas guarda a sabedoria do querer bem.

Quero uma clareira aberta,
uma fogueira acesa,
o crepitar de chamas futuras
alimentadas por brisas suaves.


O que eu quero é o querer mais que bem-querer.



quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Cláusula



Sem catarses, sem revoltas.
Estabeleço nossa cláusula de barreira
naquele contrato que assinamos
com o sangue de nossas horas.

Ergui um muro de medos,
dor do lado de lá
(há um protecionismo
onde perfurações resultaram em crateras)

Quedas imprevistas inexistem,
concreto duro, vergalhões de certezas
e uma história em cima do muro

a confirmar resoluções.